3 de dez. de 2013

Falando sobre a música Der Erlkönig – O Rei dos Elfos

Fala fera!
Hoje vamos ouvir a minha música erudita PREFERIDA: Der Erlkönig, de autoria do compositor Franz Schubert!
Ilustração feita por Moritz von Schwind

Imagem de SchubertSchubert compôs essa canção baseada na obra do poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe.
Eu gosto muito dela pois tanto o texto, quanto a harmonia da música se encaixam perfeitamente!
O Som do piano simulando a cavalgada rápida é impressionante!
A música fala sobre um pai que leva seu filho à cavalo na noite, de forma bem rápida e com o vento castigando-os.


Quem cavalga tão tarde pela noite e pelo vento?
É um pai com seu filho.
Ele leva a criança em seus braços,
Ele o segura firme, ele o mantém aquecido.


Enquanto o pai cavalga velozmente, este percebe que seu filho aparenta estar com medo e então começa a conversar com ele:
“Meu filho, por que esconde tanto seu rosto?”
“Não ve, pai, o Rei dos Elfos?
O Rei dos Elfos com sua coroa e manto?”
“Meu filho… É apenas um filete de névoa.”

É incrível essa interpretação que o cantor tem que ter para fazer as vozes do locutor, do pai e do filho! E mais incrível ainda, é que ele tem que inserir um novo personagem na trama: o Rei dos Elfos!
“Você, criança querida, venha comigo
Muitas belas brincadeiras jogarei contigo,
Flores coloridas estão na praia,
E minha mãe tem para você vestes douradas.”

Perceba como o toque do piano muda de acordo com o que cada personagem fala:
Quando o pai fala, o piano toca de forma mais intensa e grave, para nos lembrar que eles estão cavalgando rápido na noite.
Quando o filho fala, o toque do piano é mais suave e agudo, para simbolizar a inocência e delicadeza das crianças.
Mas quando o pai fala novamente, é para acalmar seu filho e dizer que não é nada de mais, então o toque do piano tenta se igualar à criança!
Quando o Rei dos Elfos fala, o piano toca de forma muito suave e simplória, para tentar iludir a criança e traze-lá para si.
“Meu pai, meu pai, não consegue ouvir
O que o Rei dos Elfos sorrateiramente me disse?”
“Fique calmo, meu filho,
Pois era apenas o vento passando pelas folhas secas.”

Quando a criança chama o pai, é em tom de súplica e medo! Então o piano fica mais grave e frenético, como se tivesse tentando gritar!
“Querido menino, quer vir comigo?
Minhas filhas irão te tratar bem,
Minhas filhas irão conduzir danças nortunas
E assim te embalarão, a dançar e a cantar.”

Novamente o Rei Elfo tenta trazer a criança para junto de si
“Meu pai, meu pai, não consegue ver?
As filhas do Rei dos Elfos naquele
tenebroso lugar?”
“Meu filho, meu filho, bem sei o que vejo:
Apenas os velhos e cinzentos salgueiros.”

Nesse momento o menino já começa a entrar em desespero e grita para seu pai, mas esse não consegue entender o que o filho quer dizer, e pensa que está se confundindo com a paisagem do local.
“Eu o amo, suas belas formas me encantam,
Mas, caso não queira, então usarei a força!”
“Meu pai, meu pai, ele me pegou!
O Rei dos Elfos está me machucando!”

Vendo que a criança não vai com ele por vontade própria, o Rei dos Elfos “toma a criança” a força. Então a criança grita em desespero, clamando por seu pai.
Perceba como cantor e o piano tem que mudar seu rítmo para descrever essa situação.
O pai, a tremer, apressa a montada.
Ele segura em seus braços o queixoso menino.
Chegando ao final da canção, perceba como o piano acelera a batida e como parece que a música vai ficando mais rápida e agonizante!
Mas ao final…
Mas, mal chegando em sua morada,
Em seu braço o menino já jazia morto.

O piano fica mais lento e grave, para enfatizar todo o sentimento de perda que o cantor nos mostra…

Veja a letra na versão original em Alemão e abaixo em português:

Der Erlkönig

Wer reitet so spät durch Nacht und Wind?
Es ist der Vater mit seinem Kind;
Er hat den Knaben wohl in dem Arm,
Er faßt ihn sicher, er hält ihn warm.
“Mein Sohn, was birgst du so bang dein Gesicht?” –
“Siehst, Vater, du den Erlkönig nicht?
Den Erlenkönig mit Kron und Schweif?” –
“Mein Sohn, es ist ein Nebelstreif.”
“Du liebes Kind, komm, geh mit mir!
Gar schöne Spiele spiel’ ich mit dir;
Manch’ bunte Blumen sind an dem Strand,
Meine Mutter hat manch gülden Gewand.” –
“Mein Vater, mein Vater, und hörest du nicht,
Was Erlenkönig mir leise verspricht?” –
“Sei ruhig, bleibe ruhig, mein Kind;
In dürren Blättern säuselt der Wind.” –
“Willst, feiner Knabe, du mit mir gehn?
Meine Töchter sollen dich warten schön;
Meine Töchter führen den nächtlichen Reihn,
Und wiegen und tanzen und singen dich ein.” –
“Mein Vater, mein Vater, und siehst du nicht dort
Erlkönigs Töchter am düstern Ort?” –
“Mein Sohn, mein Sohn, ich seh es genau:
Es scheinen die alten Weiden so grau. –”
“Ich liebe dich, mich reizt deine schöne Gestalt;
Und bist du nicht willig, so brauch ich Gewalt.” –
“Mein Vater, mein Vater, jetzt faßt er mich an!
Erlkönig hat mir ein Leids getan!” –
Dem Vater grauset’s, er reitet geschwind,
Er hält in Armen das ächzende Kind,
Erreicht den Hof mit Müh’ und Not;
In seinen Armen das Kind war tot.

O Rei dos Elfos

Quem cavalga tão depressa através da noite e do vento?
O cavaleiro é um pai com o seu filho;
Leva o menino bem abraçado,
Segura-o com firmeza, mantendo-o agasalhado.
Meu filho, porque escondes tanto essa carinha?
Não vês tu, papai, o Rei dos Elfos,
com a coroa e o manto?
Meu filho, é apenas uma réstia de névoa.
Meu querido menino, vem comigo! Ah, vem comigo! Vens?
Brincarei contigo jogos bem divertidos;
Na margem tem muitas flores coloridas,
Minha mãe tem para ti muitos vestidos dourados.
Papai, Papai, tu não ouves
o que o Rei dos Elfos me promete baixinho?
Sossega, meu filho, fica sossegado:
É o vento que murmura nas folhas secas.
Queres vir comigo, meu bom rapaz?
Tenho filhas que tomarão bem conta de ti,
As minhas filhas conduzem as danças noturnas,
E assim te embalarão, a dançar e a cantar.
Papai, Papai, não vês
as filhas do Rei dos Elfos além, na escuridão?
Meu filho, meu filho, o que em torno se passa
É o brilho pardo dos salgueiros velhos.
Gosto de ti, dessa linda figura,
E se não vieres a bem, levo-te à força.
Papai, Papai, o Rei prendeu-me agora!
Ai! Quanto me magoou o Rei dos Elfos!
O pai assusta-se, cavalga velozmente,
Segura nos braços o filho que geme,
Chega a sua casa, cansado e apressado.
Nos seus braços vai já morto o menino.

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Bônus:
A melhor interpretação dessa música que eu já vi, no piano:
Não sei o nome do interprete, mas o cara é fera!

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